Estava sombrio. Ofuscada pela aura de hipocrisia daqueles tempos e pela mágoa duma infância à muito destruída, o pesadelo de uma vida de sofrimento e solidão.
Estava num buraco que ela própria escavara, vencida pelas tragédias recentes, passadas e futuras.
Rendida à escuridão, cansada do quotidiano, ela seguia em frente, quando o que parecia ser mais um obstáculo transponível transformou-se numa bela visão.
Era uma estrela, uma estrela incandescente que com o seu sorriso iluminava a alma desta donzela. Algo mágico e belo resplandecia e emanava uma doce energia, a energia que aquece a alma e dá força para viver.
Tanta força, generosidade, alegria e beleza num simples ser, um ser que ultrapassou a linha ténue da vida e voltou com outro sentido, uma missão, a sina de espalhar a voz divina.
Que ser misterioso é este, pensou!!! Estarei a sonhar?!
O final do dia passou a correr e nos braços deste anjo se perdeu. Sentiu o veludo da sua pele, a serenidade no seu olhar terno, a doçura dos seus lábios, os mesmos que murmuravam palavras tão sábias e meigas. Sentiu a paixão no respirar ofegante de dois corpos tão ricos e ao mesmo tempo vazios.
As horas pronunciavam o inevitável adeus e quando finalmente chegou ao seu castelo e adormeceu, sonhou com este príncipe que no seu coração permaneceu...
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